A assembleia arquidiocesana de pastoral que reuniu 161 delegados na casa de retiro Oásis, entre os dias 10 e 12 de novembro, trouxe a inspiração catecumenal como prioridade pastoral para a arquidiocese em 2018.
A Arquidiocese de São Luís promoveu entre os dias 10, 11 e 12 de novembro a vigésima oitava assembleia de pastoral, no Oásis, que reuniu bispos, padres, diáconos, religiosos, leigos representantes de paróquias, pastorais e movimentos da Igreja local.
Para este ano, “Igreja, casa da iniciação à vida cristã” foi o tema escolhido para os trabalhos. A Assembleia teve por objetivo “trabalhar com clareza, consciência e o compromisso de ser uma Igreja missionária, profética e solidária, que vai ao encontro daqueles que ainda não participam ativamente da vida eclesial, mas que trazem no coração o desejo de conhecer mais de perto Aquele que salva a nossa vida”. Após a bênção, dom José Belisário, arcebispo metropolitano, teve sua segunda participação com a fala inaugural que marcou oficialmente a abertura dos trabalhos. O arcebispo tratou de dois pensamentos que considera importantes na vida. Inicialmente, a própria vida como processo e, por segundo, o trabalho pastoral como processo. Dom Belisário centralizou seu pensamento na afirmativa: os processos são inacabados e contínuos, sujeitos a avanços e retrocessos. De dentro, não se enxerga, mas de fora, do lugar do observador, pode-se percebê-los graficamente. Neste pensar, está o circuito das assembleias de pastoral da Arquidiocese, que sinaliza mudanças favoráveis e de conversão perceptíveis na caminhada arquidiocesana.
Após a fala do metropolita, o Projeto Maranhão Solidário, rede de solidariedade do Governo do Estado que tem por parceiros entidades sem fins lucrativos, foi apresentado como proposta a ser incentivada pelos católicos. “Essa é uma empresa solidária – Colabore doando seu ICMS”. Com esta fala, o projeto foi explicado em objetivos gerais e específicos.
A assembleia seguiu a metodologia ver, julgar e agir. Na sexta, o tópico “ver”, foi desenvolvido a partir de uma análise de conjuntura do estado do Maranhão, com o professor Wagner Cabral, da Universidade Federal do Maranhão –UFMA. No sábado, o “julgar” ficou por conta das falas do bispos. Dom Belisário retomou sua fala, tratando agora, do processo de iniciação cristã na história. O arcebispo fez um passeio panorâmico na história, organizado em tópicos, que foram desenvolvidos ao longo de sua fala. Dom Esmeraldo, bispo auxiliar, sucedeu à sua fala, e recuperou o processo de iniciação a vida cristã. O bispo auxiliar explicou o processo e suas características fundamentais, situou-o no tempo litúrgico, e apresentou os tempos de vivência do processo catecumenal. Durante a sexta e o sábado, os participantes foram animados a desenvolverem atividades em grupo, para propor ações práticas a partir das reflexões propostas nos estudos.
Ainda na tarde do sábado, importante trabalho, com metodologia singular, foi articulado pela comissão arquidiocesana de catequese. Simulando um programa de auditório, a comissão apresentou o histórico da catequese na arquidiocese, trazendo informações desde os idos dos anos 60. Nomes como irmã Rolande Crevier, religiosa canadense responsável pela estruturação dos trabalhos catequéticos na Igreja local, frei Alberto, fundador do curso de Ciências Religiosas para leigos, Etelvina do Rosário (Teté), Terezinha Cavalcante, Uaraci Milhomen, Raimunda Nonata e, claro, dom Paulo Ponte, antecessor do atual arcebispo, que foi grande incentivador da expansão dos trabalhos catequéticos na Arquidiocese, foram lembrados, assim como todo o processo de construção e implantação do documento 26 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil-CNBB, Catequese Renovada, e constituição e sucessão da coordenação da comissão. O trabalho se deteve a resgatar nomes, contribuições e projetos desenvolvidos nas últimas décadas, reconhecer passos dados e apontar desafios existentes nesta caminhada pastoral. Foi apresentada uma proposta concreta para a iniciação à vida cristã na arquidiocese, que foi bem aceita pelos delegados, que participaram de forma empolgante da atividade. Segundo os organizadores, além do sucesso da proposta o objetivo de apresentar, explicar e suscitar foi alcançado.
No domingo, o “agir”, foi orquestrado pela síntese dos trabalhos e apresentação dos encaminhamentos feito pela equipe de coordenação. Datas para repasses da Campanha da Fraternidade 2018 e formações sobre a iniciação à vida cristã de inspiração catecumenal por forania, foram definidos e calendarizados.
Modelo de inspiração catecumenal – A comissão arquidiocesana de catequese apresentou na assembleia o modelo sugerido do como implantar e planejar a catequese de inspiração catecumenal nas paróquias. É um modelo pastoral que precisa do empenho de todos os segmentos pastorais e não apenas da catequese. O itinerário que ocorre ao longo de alguns anos é uma proposta de planejamento que contempla os tempos de formação e as celebrações previstas ao fim de cada um, obedecendo à estrutura prevista no modelo original do catecumenato, adaptado à nossa realidade. É preciso perceber que ao contrário do modelo atual, estruturado numa sequência sacramental, o modelo de inspiração catecumenal está intimamente ligado à vida do candidato, estruturando-se, portanto, de acordo com sua idade, maturidade, e vivência na comunidade de fé. A comissão ressaltou que não espera que este modelo entre imediatamente em vigor nas paróquias já em 2018, em razão do planejamento já feito para o próximo ano. No entanto, o modelo de catequese de inspiração catecumenal precisa ser estudado e planejado por todos os segmentos pastorais, desde já, a fim de que sua aplicação seja uma realidade na arquidiocese em breve!