Durante esta semana dedicada à família estaremos publicando matérias afins e sobre pastorais que desempenham ações com famílias em nossa Arquidiocese. A primeira delas será a Pastoral familiar.
“A família deve ser ajudada por uma pastoral familiar intensa e vigorosa (Cf Bento XVI, Discurso inaugural, Aparecida, 2007)
A pastoral familiar teve seu pontapé após o Concílio Vaticano II, e ganhou grande impulso durante o pontificado de São João Paulo II com seu significativo olhar dirigido à família. A pastoral inicia seus trabalhos no Brasil, em 1980, antecipada pelos inúmeros encontros nacionais entre representantes de movimentos e serviços afins.
Um grande marco desse período é a promulgação da Exortação Apostólica Familiaris Consortio, em 1981, por ocasião do V sínodo dos bispos de 1980 para a família cristã.
A pastoral familiar tem por missão a promoção da vida e defesa dos valores cristãos para consolidação da vida sacramental, em especial o matrimônio, como fonte para o relacionamento amoroso e fraterno nos lares. Com efeito, se constituem como eixos basilares: tornar os lares comunidades cristãs, santuários de vida, tornar a família força vital da sociedade, da missão e da Igreja doméstica. Para isso, lista-se seus objetivos pastorais, a qualificação de seus agentes, estar com as famílias independente de sua realidade ou origem, fomentar a pastoral de conjunto, ajudar no papel educador da família e fortalecer seu espaço na sociedade.
A espiritualidade da pastoral se sustenta principalmente na oração, por meio de uma profunda reflexão do rosto misericordiosos de Deus, uno e trino.
Para o desenvolvimento sistemático dos trabalhos foi instituída a Comissão Nacional da Pastoral Familiar – CNPF, que reúne o bispo presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e Família, bispos conselheiros, assessoria nacional, casal coordenador nacional, assessores e casais representantes do regionais, órgãos da Igreja que compreendem regiões setorizadas para projetos específicos de evangelização, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB.
A partir da análise da realidade eclesial e social nacional a Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e Família propõe os seguintes setores e ações para articulação (arqui)diocesana e paroquial:
Setor pré-matrimonial: neste primeiro setor os trabalhos se organizam em preparações, ações que visam introduzir o casal na realidade eclesial. A primeira delas é a chamada preparação remota, acontece nos espaços da Igreja que fecundam a família: a catequese, a escola e expressões juvenis. A segunda preparação é a evangelização dos casais de namorados e noivos, potenciais das famílias. Por fim, a preparação imediata que culmina com imersão na vida de oração, diálogo com a Igreja e vida de sacramentos, especialmente, o abraço do matrimônio.
Setor pós-matrimonial: dá-se em duas frentes, o acompanhamento aos recém-casados e formação contínua para a vida conjugal e familiar.
Setor casos especiais: acompanhar diferentes realidades de família, como aquelas contraídas em segunda união, requer um cuidado especial e atento da Igreja, para isso a pastoral destina ações particulares para cada caso acompanhado enquadrado neste setor.
Pastoral Familiar na Arquidiocese
A Arquidiocese de São Luís possui 54 paróquias, destas, 46 possuem a pastoral implantada. O trabalho na paróquia começa com o despertar de um grupo de famílias para a experiência eclesial, que, sob o consentimento e acompanhamento do pároco, principal animador e assessor espiritual, abraçam a pastoral. Cabe, daí então, a equipe arquidiocesana as orientações seguintes com o estudo do guia de implantação.
Sobre os frutos colhidos após a implantação nas paróquias, o casal coordenador da Pastoral Familiar arquidiocesana, José de Arimateia e Maria José, afirmam ser notórios na vida orgânica da paróquia e da Igreja local, explicam que isso pode ser sentido “especialmente nos momentos fortes das paróquias em seus festejos e da arquidiocese em seus eventos e campanhas: Campanha da Fraternidade, Corpus Christi, Natal em Família, Semana Nacional da Família, casamentos comunitários, evangelização das famílias nos bairros e comunidades e, também, o impulso da participação de jovens nas paróquias a partir dos pais que participam da pastoral e de outras atividades”; deste modo, é possível atestar, sim, “o reflexo positivo dos trabalhos tecidos pela pastoral familiar nas duas instâncias”.
Sobre a evangelização das famílias em São Luís e os desafios eclesiais e sociais, o casal aponta alguns dos enfrentados eclesialmente, como o problema da “desvalorização dos valores éticos e morais e o distanciamento de muitas famílias dos valores cristãos”. Socialmente, há “principalmente a falta de políticas públicas que propiciem uma melhor qualidade de vida para as famílias, com atenção especial para aquelas que vivem na periferia da cidade e ainda a problemática da violência, do álcool e de outras substâncias que afetam a convivência familiar”.
Publicado trecho em Jornal do Maranhão, edição 106, mês de agosto.