Mudança de data, a exemplo do deus romano Janus, tem duas faces, uma olhando para o passado, outra olhando para o futuro. Em 2018, eventos importantes tiveram lugar na vida pública brasileira e, certamente também, na vida de cada um de nós. A avaliação desses eventos, se foram bons ou maus, é tarefa de cada pessoa e de cada instituição. Em termos de fé, podemos repetir com o salmista: “Perdoa, Senhor, as nossas faltas, também as que não vejo”.
Se olhando para o passado, o nosso sentimento é de pedir perdão, olhando para o futuro, o sentimento é de esperança. O novo ano oferece novas oportunidades.
Copio de São Paulo aos Efésios algumas recomendações, válidas para todos nós.
Tendo vós todos rompido com a mentira, que cada um diga a verdade ao seu próximo, pois somos membros uns dos outros. Podeis irar-vos, contanto que não pequeis. Não se ponha o sol sobre vossa ira, e não deis nenhuma chance ao diabo. O que roubava não roube mais. [...] De vossa boca não saia nenhuma palavra maliciosa, mas somente palavras boas, capazes de edificar e de fazer bem aos ouvintes. [...] Desapareça do meio de vós todo amargor e exaltação, toda ira e gritaria, ultrajes e toda espécie de maldade. Pelo contrário, sede bondosos e compassivos, uns para com os outros, perdoando-vos mutuamente, como Deus vos perdoou em Cristo. (Ef. 4,25).
Com esses bons propósitos sugeridos por São Paulo, deixo aqui meus votos de feliz Ano Novo a todos.
Dom José Belisário da Silva, arcebispo metropolitano.