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Dom Gilberto preside missa no Complexo Penitenciário de Pedrinhas na 23ª Semana do Encarcerado


(Foto: Irmã Claudiane)

Na tarde desta quinta-feira (28/08), dom Gilberto Pastana acompanhou a Pastoral Carcerária (PC) na missa que integrou a programação da 23ª Semana do Encarcerado, promovida pela Seap, que neste ano traz como tema: "(Re) Integração Social - caminhos para a liberdade e cidadania".


Esta foi a primeira visita do arcebispo na Unidade Prisional de São Luís 01 (UPSL 01), Complexo Penitenciário de Pedrinhas, e na ocasião, foi acompanhado da coordenadora da PC, Andrelina Aires, e dos voluntários para missão: Jeffeson Lopes, na música, da Renovação Carismática Católica (RCC), Paróquia São João Batista de Vinhais Velho, Zenilda Bezerra, coordenadora arquidiocesana das Pastorais Sociais, Andrey Barreto, da Paróquia São Maximiliano Maria Kolbe.


(Foto: Ascom Arquidiocese)

Em sua homilia, dom Gilberto deixou duas mensagens centrais aos apenados: "Deus não criou ninguém para ser condenado. Deus nos criou para o amor e para a liberdade!" e acrescentou: "Todos temos um propósito na vida, todos temos uma missão. Vocês também têm uma missão, a vida de vocês tem um sentido, tem um propósito!", ressaltou o arcebispo, encorajando-os a terem esperança de que mesmo diante da privação da liberdade, entendam que o valor de suas vidas é maior do que a situação que se encontram.


Após a celebração, houve apresentação de um coral gospel, composto por internos. O coral faz parte do trabalho de ressocialização realizado pela Seap. Eles executaram as músicas "Vem cear comigo", interpretada pelo cantor Gerson Rufino, e a música "Entra na minha casa", conhecida na voz de Regis Danese. Sem terem combinado as músicas com a equipe de liturgia, as canções dialogaram com elementos presentes nas leituras da liturgia do dia, cujo Evangelho foi Mt 24, 42-51. Em um dos trechos, o autor recorda:



"Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: “Ficai atentos, porque não sabeis em que dia virá o Senhor! Compreendei bem isso: se o dono da casa soubesse a que horas viria o ladrão, certamente vigiaria e não deixaria que a sua casa fosse arrombada.

A "casa", no Evangelho, é a alma do homem, justamente o que ele tem de mais preciso e o que ele não pode deixar se perder. Portanto, apesar das canções entoadas pelos apenados se remeterem a trechos bíblicos distintos (Jesus na casa de Zaqueu, Lc 19; e Jesus ceando com quem O convida para entrar, Ap 3,20), ambas se tratavam o que aconteceu em Pedrinhas na tarde dessa quinta-feira (25), na ceia da Santa Missa: Jesus Eucarístico, Deus presente na hóstia para os católicos, entrou naquele lugar de ceia, para visitar as almas dos que O convidaram.


"Vou me levantar e abrir a minha porta e esperar o meu Amado chegar/ Quando ele chegar, vou convidá-lO pra entrar em minha casa/ Isso é tudo que preciso/ Isso é tudo que mais quero [...]/ Pra ter sua presença/ Em minha vida/ Em minha casa/ Entra em minha casa/ Vem cear comigo". (Trecho da música "Vem cear comigo")

(Dom Gilberto abençoando o coral gospel formado por internos da Seap/ Foto: Ascom Seap)

Participaram da missa ainda, os Defensores Públicos do Estado do Maranhão, Bruno Dixon e Alberto Bastos, que agradeceram a ação que a Igreja Católica presta, com auxílio espiritual e humano aos apenados.


(Foto: Ascom Seap)


A realização da missa em Pedrinhas teve a assessoria da servidora Lucinalva Costa, responsável pela assistência religiosa na Seap e a Rádio Educadora 560Khz, emissora de nossa Arquidiocese, fez a cobertura do momento, com o repórter Luís Filho.


(Fotos: Ascom Seap)


Jefferson Lopes, 34 anos, educador físico e músico, que coordenou o grupo de canto da missa em Pedrinhas, no dia 25, sentiu-se inspirado no versículo bíblico de Mt 25, 36: “estava na prisão e viestes a mim.” Para o músico, o convite de ir em missão para Pedrinhas, acompanhando o arcebispo foi um grande sinal de Deus em sua vida. "Vi nesse convite para participar da missa através da música, uma oportunidade de viver o que Mateus 25 me chamava", testemunhou Jefferson.

Esta foi a primeira vez que Jefferson participou da missa em um sistema penitenciário e confessou que as reações com cada detalhe ficam mais evidentes. Mas a apreensão foi trocada pela acolhida. Como existe limitação de número de pessoas para compor a equipe de liturgia da missa (apenas seis pessoas), Jefferson foi convidado para ser a "euquipe", tocar violão e cantar. Mas foi surpreendido pela acolhida dos internos que possuíam já uma banda formada com baixo, bateria e guitarra.


"Como eles já estavam no ambiente do altar, e com os instrumentos deles, eu me aproximei e eles foram acolhedores comigo, ajudando com detalhes do cabo para o violão, com o microfone e acabamos tocando juntos, sem ensaio. E um detalhe curioso foi a sintonia que gerou. Fui considerado pelos outros visitante, como parte do grupo", partilhou feliz com a equipe do nosso site Jefferson. E ao encerrar seu testemunho, o músico concluiu: "Precisamos ter o olhar mais voltados para a Pastoral Carcerária", ao perceber a carência de recursos humanos e materiais para o trabalho missionário com os apenados.


Pastoral Carcerária e a missão de assistir os que estão na prisão


"“Estive preso e vieste me visitar” (Mt 25, 36)


No domingo, 28/08, celebra-se os 50 anos da Pastoral Carcerária. É um ano jubilar para este serviço que tem se dedicado a oferecer assistência religiosa e social às pessoas privadas de liberdade e às suas famílias.


Além disso, têm acompanhado de perto, em todo o Brasil, o encaminhamento de campanhas que combatem a tortura nas prisões, assim como toda forma de violação à dignidade humana. Em julho deste ano (21 a 25), por exemplo, a Arquidiocese de São Luís do Maranhão acolheu o Encontro Nacional das coordenadoras estaduais para Questões das mulheres encarceradas, e entre os temas, estava a separação das crianças que nascem em situação de cárcere (quando a mãe é presa grávida) e são separadas dos filhos após um certo período de aleitamento.


Em nível de arquidiocese, há uma carência de pessoas disponíveis para o trabalho missionário nos presídios, mas, apesar disso, a Pastoral Carcerária tem tentado manter as atividades, que tiveram grande arrefecimento durante o período da pandemia.


Algumas paróquias, como a São Maximiliano Maria Kolbe, bairro Vinhais e algumas associações de fiéis como a Fraternidade O Caminho, têm prestado auxílio voluntário, extra Pastoral Carcerária, o que tem sido valioso, mas, ainda assim, é necessário unir forças de forma sistemática para que o trabalho missionário com os encarcerados ganhe em qualidade.


Com grande presença da comunidade evangélica nos presídios de São Luís, por exemplo, percebe-se a escassez da assistência espiritual católica, quando a realização as missas - , como a que ocorreu por ocasião da Semana do Encarcerado - são celebradas dentro de templos da Assembleia de Deus construído em Pedrinhas.


Segundo o relatório da Unidade de monitoramento carcerário do TJMA, em abril deste ano, havia no Maranhão uma população carcerária de 11.612 apenados, incluindo as Unidades prisionais da capital, interior, delegacias e Apac's. Ou seja, existe uma taxa de encarceramento de 167,20 presos para cada 100 mil habitantes.


É necessário mais material humano e ajuda aos que visitam os presos. Que neste domingo, você possa rezar por esta pastoral e se puder somar ajuda aos irmãos, entre em contato com a coordenadora arquidiocesana da Pastoral Carcerária, nos números que deixaremos aqui.



Coordenação da Pastoral Carcerária

Andrelina Aires (98) 98123 5607

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