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Nota de Solidariedade da Arquidiocese de São Luís do Maranhão ao padre Júlio Lancellotti



Diante do atual quadro de especulações e perseguição ao padre Júlio Lancellotti, a Arquidiocese de São Luís do Maranhão se manifesta com Nota de Solidariedade.




Nota de Solidariedade

 

“Somos afligidos de todos os lados, mas não vencidos pela angústia; postos em apuros, mas não desesperançados; perseguidos, mas não desamparados; derrubados, mas não aniquilados. ” (II Cor 4, 9-10).

 

A Arquidiocese de São Luís do Maranhão, assim como a Igreja do Brasil, tem acompanhado através da imprensa nacional, secular e religiosa, a perseguição política contra o padre Júlio Lancellotti, pároco da paróquia São Miguel Arcanjo, da Mooca, e vigário da Arquidiocese de São Paulo “para o Povo de Rua”, que recentemente teve seu nome citado na pretensa Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), proposta pelo vereador Rubinho Nunes (União Brasil), no último dia 6 de dezembro de 2024.


Com a intenção de investigar as Organizações Não Governamentais (ONGs) que realizam trabalho social na região do Centro de São Paulo, conhecida como Cracolândia, estranhamente, o vereador cita o trabalho realizado pelo padre Lancellotti, um homem da Igreja, que vive para o povo em situação de rua e dedica sua vida para ser a mão e o acolhimento do Cristo às pessoas que sofrem com a condição de vulnerabilidade social e são postas muitas vezes às margens da existência.


É de se questionar o que move um político, que tem o dever de se preocupar com o bem comum, sobretudo dos mais necessitados e fragilizados, com o sofrimento causado pelo egoísmo humano, a deliberadamente perseguir e prejudicar o trabalho de um homem de 75 anos com mais de três décadas dedicadas ao serviço dos que sofrem, como é o caso do padre Lancellotti.


Entendemos que o padre Lancellotti não está sozinho e nem desamparado nesta missão. Unem-se a ele nossa oração,  solidariedade, calor humano e o Ruah; unem-se a ele os cristãos no mundo inteiro que lutam em favor do bem. Unem-se a ele, aqueles que, assim como o Papa Francisco, buscam colocar em sua prática cristã de amor ao próximo, o pedido de Deus presente na Doutrina Social da Igreja e na atualidade do Evangelho; “Vinde, benditos de meu Pai!” (Mt 25, 31-46), para aqueles que dão sua vida pelos que passam fome e sede, estão presos e nus.


Em situações como esta que circundam o padre Júlio Lancellotti, o Santo Padre lembra: “não podemos ficar indiferentes. A resposta à injustiça e à exploração não é apenas denúncia. É, antes de tudo, a promoção ativa do bem” e reforça que a solidariedade, a cooperação e a responsabilidade são os antídotos para combater as injustiças, desigualdades e exclusões.


A Arquidiocese de São Luís do Maranhão também se une em oração, solidariedade, respeito e acolhimento ao padre Júlio Lancellotti, rogando a Deus que, ao se cumprirem em sua vida as chagas de Cristo, que marcam a vida de todo bom cristão, também se cumpra a passagem do Evangelho das Bem-Aventuranças, na qual o próprio Cristo consola os que O seguem: “Felizes sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo mal contra vós por causa de mim. Alegrai-vos e exultai, porque é grande a vossa recompensa nos céus. Pois deste modo que perseguiram os profetas que vieram antes de vós” (Mt 5, 11-12).

 

São Luís, 6 de janeiro de 2024



Dom Gilberto Pastana de Oliveira

Arcebispo da Arquidiocese de São Luís do Maranhão

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